segunda-feira, 6 de julho de 2009

Borboletas do Imperador - Falanstério do Saí - Primeiro Semestre 2009

Ilustrações na série: Carlos Vieira





Série produzida para o SC em Cena da RBS TV SC. 3 capítulos exibidos aos sábados no mês de maio. Uma história apaixonante, onde descobri além da história da primeira experiência socialista em SC, a Utopia e principalmente outro lado de Dom Pedro II.

Uma Produção SETCOM - Set de Comunicação.

Produzida em março/abril 2009. Itajai, São Francisco do Sul, Garuva, Joinville e Florianópolis. (paralela com SC História e Evolução)

Sinopse
Texto de Roberta Dietrich


Na França...Ledoux, Reinert e Devoisin percorreram o mesmo caminho. Nas ruas calçadas com pedras, em meio às carruagens, homens e mulheres desviam da sujeira dos cavalos enquanto exibem roupas e costumes que o mundo copiava. O trânsito na Paris do início do século XIX levantava poeira. O sangue real já secara na lâmina das guilhotinas.

Os jornais da época prometiam o paraíso no Mundo Novo, na porção selvagem de floresta que hoje chamamos Santa Catarina. Ledoux, Reinert e Devoisin atenderam ao chamado. Eles procuravam uma passagem para onde os versos de Liberté, Egalité e Fraternité seriam colocados em prática.

No número 10 da Rua Castellane, sob a placa de Conseil du Brésil, foi formado o primeiro grupo com 110 pessoas dispostas a trocar a mais cosmopolita das cidades pela aventura na selva onde as lendas falavam de monstros e canibais.

Todos os imigrantes seguiam os ensinamentos de François Marie Charles Fourier, filósofo socialista que pregava a criação de falanstérios – comunidades onde todos trabalham em prol de todos, sem divisão de classes.

Pela doutrina de Fourier, para fazer parte de um falanstério era preciso evoluir, abandonar o individualismo e ter o bem comum como meta. Ele comparava a mudança de comportamento com a transformação da lagarta em borboleta.

Um dos principais discípulos de Fourier, o médico Benoit Jules Mure, organizou e trouxe as borboletas francesas para o Brasil. Em Setembro de 1841 o grupo parte do porto de Havre no vapor La Caroline.

No Brasil...

O dr. Benoit Mure esteve no Brasil um ano antes da chegada das primeiras borboletas. Passou 44 dias no navio Eole para chegar ao Rio de Janeiro. Além da mulher, Anabelle Cretiat, uma sobrinha e uma criada, trouxe na bagagem uma missão quase impossível: convencer a monarquia de um país escravagista a financiar um projeto socialista, abolicionista e republicano.

Mure chegou ao Brasil com 32 anos de idade, grandalhão e branquelo. Usava óculos de aro que lhe aumentavam os já grandes olhos azuis. O rosto bonachão coberto por uma barba ruiva. Um tipo exótico, mas convincente. Garantiu ao imperador D. Pedro II que as borboletas colocariam o Brasil nos trilhos da revolução industrial, instalando em terras tupiniquins uma fábrica de máquinas a vapor – o maior avanço tecnológico da época.

No mês seguinte à chegada ele já embarcava de novo, não de volta para casa, mas em um navio da Marinha imperial a procura do local para instalar o falanstério. Mure encontrou o local adequado no litoral da província de Santa Catarina, em uma península entre os rios São Francisco do Sul e Saí. Das mãos do próprio imperador ele ganhou 4 léguas de terras (quase 20 mil quilômetros quadrados) e 60 contos de réis (orçamento anual da capital paulista no fim do século) para começar a empreitada.

Ledoux, Reinert e Devoisin percorreram as ruas de Paris em direção a rua Castellane assim que os jornais noticiaram a novidade.

Em Santa Catarina...

O sonho do Falanstério do Saí começou junto com o ano de 1842. Mas já não havia mais tanta fraternidade entre as borboletas. Depois de várias brigas, o grupo já chegou dividido a Santa Catarina. Aquela que seria a primeira fábrica de máquinas a vapor fora da Europa já nasceu com a ameaça da concorrência. Os dissidentes resolveram criar o próprio falanstério em uma porção de terra vizinha, conhecida por Palmital.

As brigas internas e o não cumprimento das promessas de apoio estatal fragilizaram a empreitada. As dificuldades encontradas no meio da floresta pelos operários acostumados ao meio urbano serviram de eutanásia. Um ano depois da chegada dos imigrantes, a experiência foi dissolvida. Mure havia acabado de fundar o Instituto Homeopático de Saí, mas o projeto também desmoronou com a dissolução da comunidade.

Acordados do sonho, cada um seguiu seu caminho. Mure volta à corte e, no Rio de Janeiro, funda o Instituto Homeopático do Brasil. Outros foram ao Uruguay tentar a fundação de outro falanstério. Ledoux, Reinert e Devoisin ficaram. Junto com as ruínas do falanstério e uma estrada aberta pelos imigrantes, os três sobrenomes ainda habitam a localidade do Saí. São provas da tentativa de se instalar, em solo catarinense, a primeira sociedade socialista da América Latina.

Link para assistir a todos os espisódios no Clic RBS SC - SC em Cena


Capítulo 1:



Equipe Técnica

Direção: Bhig Villas Boas

Produção Executiva: Vanessa Leal

Roteiro: Roberta Dietrich

Direção de Fotografia: Roberto Santos Filho (Tuta)

Direção de Produção: Carol Marins

Ator Dom Pedro: Frank Graf

Ator Fourrier: Roberto Morauer

Maquiagem: Adriana Bernardes

Figurino: Dé Beirão

Cinegrafista: James de Paula

Eletrecista: Dill e Neto

Fotografia/Still: João Pedro Villas Boas

Assistente de Produção: Malu Barreto e Kenzo Miura

Secretaria Executiva: Renata Linn


Locação:

Hotel Quinta das Videiras - Florianópolis - SC

http://www.quintadasvideiras.com.br/


Saí - São Francisco do Sul - SC

Garuva - SC

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